Bancos trocam inglês pelo português em seus produtos

Disciplina: Língua Inglesa
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Estrangeirismos, tradução, política lingüística
Tipo: Texto
Onde encontrar: Site “Ciberdúvidas da Língua Portuguesa”
Esta dica de aula visa a considerar o emprego de palavras, frases ou construções estrangeiras (as inglesas, em particular) no português e a falta de uma política lingüística no Brasil que invista em suas traduções e na valorização da língua.

O professor desafia os alunos a refletirem sobre o assunto com a leitura da reportagem “BB e Caixa trocam inglês pelo português em seus produtos”, disponível no site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

A matéria relata uma situação exemplar de uso acomodado de termos estrangeiros no Brasil por duas importantes instituições financeiras nacionais e a necessidade de um aportuguesamento exigido por seus clientes. Muitos dos produtos e serviços do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal são vendidos em expressões inglesas, como Personal Banking, Federal Card, Gov Banking Caixa, Private, Plus, Master e Premium.

A decisão dos dois bancos vai ao encontro do projeto de lei do deputado Aldo Rebelo (PC do B – SP), que proíbe o uso por instituições públicas de palavras estrangeiras que já tenham sido traduzidas para o português (ver indicação abaixo). Qual a opinião dos alunos sobre essa lei? O que sabem a respeito dela?

Segundo o gerente do Banco do Brasil, “o uso de termos estrangeiros pelo BB, uma instituição pública, foi considerado uma gafe pelos nossos clientes”.

Os alunos concordam com essa consideração? Ao manter os termos em inglês, o governo não estaria desvalorizando a língua nacional? Em que situações o uso do inglês ou de outro termo estrangeiro não significaria uma desvalorização da nossa língua, mas, sim, um intercâmbio cultural? O que é política lingüística? Todo país tem uma? O que nos informa a matéria sobre a situação na França?

Com essas perguntas, o professor explora a leitura da reportagem e promove um debate em sala de aula. Partindo do recorte proposto pela matéria, os alunos podem observar o quanto o inglês também está presente em nosso dia-a-dia: na indústria cultural (filmes, vídeos, videogames, CD-Roms, DVDs, jornais e revistas), no comércio, nos serviços e na tecnologia (informática e Internet).

Caso se queira dar continuidade ao trabalho, pode-se propor uma atividade interdisciplinar com o professor de Língua Portuguesa. O professor de inglês divide a classe em grupos e pede a eles que elaborem uma lista de expressões inglesas que usamos correntemente no português. Os alunos devem registrar aleatoriamente qualquer palavra ou expressão que lhes vier à cabeça.

Depois, o professor incentiva-os a fazer uma pesquisa mais dirigida: anotar palavras e expressões que observarem nas ruas, nos painéis eletrônicos, nas fachadas de lojas, em manuais, comerciais impressos, anúncios de rádio e televisão, na Internet, em programas de computador etc.

Uma vez completa a lista, os grupos sugerem uma tradução ou um aportuguesamento (adaptação fonética) para cada um dos termos (por exemplo, “xampu” no lugar de “shampoo”). Aqui, é importante contar com a participação do professor de português.

Indicamos uma lista com termos que podem ser utilizados para a atividade. Porém, não existe um levantamento único a perseguir. A graça do exercício está justamente em incluir o maior número possível de palavras e contar com a colaboração de todos para se obter uma amostra representativa e dinâmica do fato lingüístico.

Referência:
BB e Caixa trocam inglês pelo português em seus produtos. Agência Estado, 9 de novembro de 2000.
Para aprofundar:
“Lei proíbe uso de estrangeirismos”. In: Site Com Ciência - Linguagem: Cultura e Transformação, agosto de 2001.
REBELO, Aldo. “A globalização da língua”. In: Site Com Ciência - Linguagem: Cultura e Transformação, agosto de 2001.

Texto original: Lilian Escorel
Edição: Equipe EducaRede

Os sites indicados neste texto foram visitados em 11/09/2002

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